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quarta-feira, 23 de março de 2011

Uma aliança quebrada

A traição é provavelmente uma das dores mais dificeis de suportar. Seja num relacionamento conjugal, seja entre amigos, seja de que maneira for, nunca deixa de ser uma espécie de golpe invisivel, porém, não menos doloroso. Traição é quebra de confiança.
A pessoa traida fica marcada para sempre, fragilizada, como se alguém tivesse queimado o seu sistema emocional. Geralmente o traidor é alguém insatisfeito consigo próprio, que não teve resultados positivos em sua vida afetiva, e na maioria dos casos buscam auto-afirmação, incapazes de assumir um compromisso de fidelidade, seja em relacionamento conjugal ou entre amigos.
São vários os fatores que levam à traição: Questões culturais, carência, insatisfação, vingança, a busca pelo novo, e o estímulo provocado pela sensação de poder; nada justificavél ao ato de trair.
Alguém que confia em outro sente como se tivesse encontrado um aliado eterno, que irá acompanhar por toda a vida, confidencía os seus segredos mais profundo, a alma fica exposta, dividem as alegrias e tristezas. De repente, num momento de choque e incredulidade, em vez de um companheiro(a) fidedigno, o traidor se apresenta como um "coscuvilheiro", um mentiroso inescrupuloso que tenta justificar seus atos, em que cada palavra ou gesto é a prova viva de um disfarce.
A traição é uma arma letal e silenciosa que destroi em segundos, o que foi construido durante longos anos.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Timóteo - O substituto do apóstolo Paulo. Uma ironia divina?

     Quando leio as cartas de Paulo, endereçadas a Timóteo fico imaginando aquele rapaz, é o personagem do Novo Testamento que mais chama a minha atenção.
     Timóteo, seu nome significa: Honrando a Deus. Filho de pai gentio(grego) e mãe judia, ele era filho espiritual do apóstolo Paulo,converteu-se através do seu ministério, tornou-se um seguidor fiel e leal, crente e instruido na Palavra. Deus havia lhe reservado grandes surpresas. Interessante, um jovem tímido, sendo ordenado por  um homem contundente, de grande excelência, com dominio total nas situações adversas, experiente e cheio do Espirito Santo; incitando e constrangendo o quieto e passivo Timóteo a entrar em uma luta que para ele se apresentava como desigual.
     Em Eféso os falsos mestres estavam perturbando a igreja com heresias (falsas doutrinas). Paulo então exorta a Timóteo para que ele os refute, ou seja, combatasse e que preservasse a precisão e a integridade da mensagem do evangelho que lhe havia sido confiada. - Paulo diz:  "Ninguém despreze a tua mocidade". O que ele estava dizendo ao seu filho espiritual era: Não permita que ninguém desdém de você por ser jovem, porém, para isso Timóteo faça a sua parte, torne-se exemplo no ensinamento verdadeiro da palavra, nos seus atos cotidianos, na fé, no trato amoroso com o próximo, seja puro, não se misture e evita o pecado, porque desagrada a Deus, em suma, seja diferente dos que serão combatidos por ti. Continuando no preparo do seu pupilo, o apóstolo convida-o a sofrer por amor ao evangelho, pela defesa da fé cristã que tem como base o Senhor Jesus.
     Com franqueza você gostaria de receber um convite desse tipo? partindo em especial de alguém que você tanto admira, e que mestre era aquele, que tinha sonhos grandiosos para o seu  timido aluno. Paulo tinha  o discernimento de que a escolha de Deus para substituir o seu ministério, era justamente aquele jovem, que parecia indefeso, mas com uma força interior extraordinária de entrega e renúncia para o chamado. E quem era Timóteo? de acordo com os padrões da escolha lógica, talvez o último da lista. Porque ele era:
     - Muito jovem na concepção dos bispos daquela época ( I Tm 4:12)
     - Tímido, introvertido ( I Co 16:10,11)
     - Propenso à enfermidade, por causa de um problema no estômago. ( I Tm 5:23)
     - Emotivo, chorava com facilidade. ( II Tm 1:4)
     - Um pouco inseguro. ( II Tm 1:7).
     Se fosse analisado nos critérios de hoje, ele não passaria no teste dos homens, porém Deus capacita, e faz tornar-se habilidoso o seu convocado. Timóteo venceu com louvor, em II Tm 3:10, vamos vêr Paulo elogiando a firmeza do seu díscipulo, que entendeu e valorizou à origem e o próposito do seu chamado.
     Nos dias atuais acabaram-se os mancebos, onde se escondem os Timóteos? Percebo em nossas igrejas (sou membro da Assembléia de Deus) que os nossos jovens priorizam as buscas pela vida terrena, e que elas sobrepujam a vida espiritual, a mão de obra pela mocidade é escassa, quase nenhuma, ou com grande debilidade. Primeiro buscam seus interesses, é claro que Deus valoriza as nossas conquistas, mas pela Bíblia deve-se buscar o reino de Deus em primeiro lugar. Tornam-se insurgentes, namoram, casam-se sem nunca sequer levantar um dedo que seja em prol do trabalho do Senhor. Sem maturidade espiritual, atolam-se em infortúnios, grandes frustrações, decepções e buscam voltar ao ponto de partida, só que trazendo toda bagagem dos erros e desacertos, e infelizmente nossas igrejas ficam cheias de maus obreiros, reprovados, que correram atrás dos seus próprios interesses, vazios de Deus e cheios de religião, eles seguem o destino dos cegos.
     O meu desejo é que os nossos jovens descubram no exemplo de Timóteo, que superar nossas vontades, desejos e medo nos capacita para alcançar o que tem de mais profundo e insondável guardado por Jesus, para os que aceitam a sua vontade. Deus te escolheu! Isto parece ser uma ironia?
           
                                                        
                                                                   Janás Felix

quarta-feira, 9 de março de 2011

D I V Ó R C I O

Lemos no livro de Malaquias 2: 16, a seguinte expressão: Porque o Senhor, Deus de Israel, diz que abomina o repúdio, ou o divórcio. nos dando a entender que Deus não é favoravel a esta pratica. O divórcio era também um problema em Israel, casais em que marido e mulher eram membros da comunidade da aliança, estavam se separando. Em todo o Oriente Próximo da antiguidade, todos os casamentos eram contratos legais obrigátorios. Só Israel considerava o casamento como uma aliança espiritual digna de um compromisso vitalício.
     O problema social tratado por Malaquias (profeta) era o casamento com mulheres estrangeiras que continuavam a praticar a idolatria. O casamento com incrédulos e o repúdio eram questões graves para Esdras e Neemias, visto que esses atos de desobediência representavam concessões espirituais perigosas.
     Vivemos em um País chamado Brasil, com uma cultura e época completamente diferente desta relatada na Bíblia. Precisamos entender que a Bíblia fora escrita para a nação de Israel, e em algumas situações iremos nos deparar como uma cultura bem desconhecida e diferente para nós. Porém a Bíblia não deixa de ser, e é, o manual do cristão nos dias atuais, e lendo-a com entendimento vamos vêr que não existe no livro sagrado anacronismo, mas que se encaixa perfeitamente nos dias hodiernos. A palavra precisa  ser entendida do ponto que foi escrita originalmente. Não tenho aqui pretensão de defender a prática do divórcio, mas procuro entender e aceitar que o divórcio é até um privilégio no sentido de servir como um corretivo "apenas" para situações intoleráveis.
     Quando Deus, usando o profeta Malaquias disse: Eu Deus odeio o repúdio. Na realidade Deus condenava o ato do homem simplesmente "pôr de lado" a primeira mulher, não lhe dando documento de divórcio, porque caso ele se arrependesse a teria de volta. Então as mulheres que eram "colocadas de lado" por seus maridos, sem carta de divórcio como mandava a lei, eram "repudiadas"; era contra essa especie de repúdio que Jesus se opôs.( Lc 16:18; Mt 5:31-32) Ele está se revoltando contra uma pratica injusta, porém não está se referindo ao divórcio. Os homens tomavam outras esposas, sem se incomodar em pensar no divórcio, ou seja, amparar legalmente a primeira mulher, permiti-lá que fosse livre.
     SHALAC (hebraico) que significa Repúdio, e, KERIYTHUWTH (hebraico), que significa Divórcio em português. Para muitos estudiosos da Bíblia, apenas no livro de Jeremias 3:8, a palavra divórcio é usada no sentido exato. no livro de Malaquias a palavra é Shalac, ou seja, repúdio por isso tão condenada por Deus. Com isso não quero dizer que Deus é favoravel a esta prática. Mas que o divórcio é para ser prevenido antes do casamento. Alguém que se apaixonou pela primeira vez, gostaria que tivesse olhado uma segunda vez, um bom casamento não é só um negócio do coração, mas é utilizar a massa cinzenta dada por Deus, para fazer decisões lógicas baseadas no pensamento racional, mesmo porque ninguém é tão perfeito, e o olhar de um apaixonado (não disse um olhar de amor) não enxerga defeitos.
     O Cristão antes de tomar a seria decisão de casar, precisa sim, consultar o Senhor, entender os própositos, e procurar conhecer melhor o escolhido(a), avaliar os seus sentimentos, não olhando para o relacionamento como um conto de fadas, mas como uma realidade a ser vivida e conquistada no dia a dia. hoje não são poucos os que casam, não se conhecem, às vezes sequer tem amor e vivem o desastre de um relacionamento incompatível, aturam-se debaixo do mesmo teto, vivendo o vazio de uma solidão matrimonial. A maioria se prendem a um equívoco, apoiam-se em que Deus odeia o divórcio, ou ainda, o que Deus uniu o homem não separa, interessante como tentamos envolver o Senhor naquilo que "achamos"  ser correto. Ele uniu? pessoas opostas que se confrontam o tempo todo?, que fazem do lar um verdadeiro campo de batalha. Casamento é a união entre duas pessoas que se amam, admiram-se, são cúmplices, companheiros e se respeitam mutuamente, se falta um desses elementos já é dificil, agora imagine todos eles faltando.
Que me perdoe, aqueles que levantam bandeira contra o divórcio sem conhecimento da causa, da necessidade do casal, o que não pode e não deve é banalizar uma separação, achar que é fácil tomar esta decisão, ou por qualquer coisa desistir de continuar casado esquecendo as promessas que fez no altar. A relação está um fracasso? vai bem mal, é preciso sim, reavaliar o relacionamento, se resta alguns elementos fundamentais, tem fé, e certeza que tudo foi direcionado por Deus, então lute! Porém se não, veja se vale a pena continuar no fundo do poço, ou sair de lá para construir uma nova história, real e abençoada, estando com alguém ao teu lado ou não. Lembrando sempre: Que a benção do Senhor enriquece e não acrescenta dores.


     

                Janás Felix

sexta-feira, 4 de março de 2011

     No dia 8 de março de 1857, cerca de 130  tecelãs de uma fábrica de tecidos em Nova Iorque promoveram manifestação no pátio da empresa, reivindicando aumento salarial e a redução da jornada de trabalho de 16 horas. Policiais, num ato desumano,trancaram-nas no local e atearam fogo, provocando a morte de todas elas.
     A ousadia dessas mulheres que lutavam não somente por seus direitos, mas também por todas as mulheres que as sucederiam, motivou o mundo a lembrar desse ato heroico comemorando o Dia Internacional da Mulher.
     A Bíblia também relata a história de mulheres que fizeram a diferença em sua época e são exemplos que devemos imitar por seu amor, sua fé, ousadia, unção, seu poder, sua criatividade e iniciativa.
     Ana, aos 84 anos, estava no templo, esperando o Messias, servindo a Deus e proclamando a sua mensagem. Talita e Lídia serviam com suas habilidades. Débora, exemplo de conselheira e intercessora, incentivava outras mulheres a intercederem por seus filhos. Priscila foi uma preparadora e orientadora ao lado de seu esposo, Áquila. a proclamadora Hulda, que discipulava mulheres em sua casa, profetizou, encorajando o rei Josias a ler o Livro da Lei diante do povo. Miriã foi uma enaltecedora que motivou o povo a adorar a Deus, reconhecendo-o como o único Deus verdadeiro. não podemos esquecer o exemplo de Maria, a mãe de Jesus, uma grande mulher que entendeu o segredo de ser guiada por Deus e de submeter-se à sua vontade.
     Fomos chamadas por Deus com um propósito específico e singular. Que assim como essas mulheres da Bíblia, e a exemplo de muitas servas de Deus de nosso tempo, possamos ser usadas pelo Espirito Santo, tendo o nosso ser cheio do amor, da fé, unção, autoridade e do poder de Deus. Assim, seremos referência para outras mulheres e canal para levá-las a Cristo.